sábado, 31 de maio de 2008

Escrevi, escrevi, escrevi.
Traduzi música. Desisti.
Não deu certo...
As vezes ninguém falou nada do que você está sentindo.
Nem você.
Abstenho-me.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Anteontem

Doze ou quatorze graus a cima.
O fato de estar vivendo o agora, bem passado e sem futuro.
Laughing out loud, para registrar meu momento de sempre, up!
Chiclete de hortelã, música no talo.
Algumas semi-lágrimas quiseram aparecer e então algum estranho disse alguma coisa do outro lado da rua.
"Sempre que eu ouvir essa música eu vou lembrar de você."
Fiona Apple - Paper Bag
Costurei por entre os malditos que dirigem-se por essa cidade maldita. Bendita seja!
Cheguei, armei minha festa, fui feliz.
Redimi-me de todo meu blá, blá, blá sem sentindo. Não para ninguém, para mim. Rá.
Mais três ou quatro graus a cima.
A minha vida de sempre.
A entrega, real.
No outro dia, só o outro dia.
Os próximos, diferentes desse, mas exatamente iguais. Amém.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Miss Terious e Sir Tain - Perfume

- Eu estou certa disso!
- Você não pode evitar, não pode!
Ela arrumou o cabelo num coque atrás da cabeça que se soltou logo após.
- Posso, posso! Vai ser tudo conversado antes.
- Ah! Eu imagino que tipo de conversa você vai ter...
- Claro, algo como "legal, o que você faz?" por que também não estou para qualquer idiota pé rapado.
- Não?
- Não mais! Lembra?
- Certo. E o...
- E então eu sigo com "certo, que bom que você é bem sucedido, eu também sou bem sucedida.."
- Rá, rá...
- Até lá eu vou ser bem sucedida, não é pra rir, é pra torcer.
- Sei.
- E emendo logo no "você usa perfume?"
- Quero só ver a cara do sujeito.
- Não vai ter cara, muitas pessoas ordinárias perguntam "que perfume você usa", fica soando um elogio e eu aproveito e coloco meu plano em prática.
- E aí como vai ser o julgamento?
- Se eu conhecer o perfume logo de cara, perdeu todos os pontos e está fora. Se eu não conhecer vou ter que fazer uma pesquisa posterior para checar preços e personalidade das pesssoas que compram tal perfume.
- Você não acha que tá soando meio paranóico?
- Lógico que não, nada desses perfumes "ah, esse sai bastante", nada desses!
- Você não pode julgar uma pessoa pelo perfume que ela usa!
- Não estou julgando ninguém! Não vou me envolver com alguém que o cheiro está espalhado por aí, em qualquer lugar que eu vou.
- Você não acha melhor...
- Eu quero paz! É um jeito... Ou faço o sujeito mudar de perfume.
- Um cara você acabou de conhecer?
- Ou isso, ou aquilo, tem alguma idéia melhor?
- ... Não, realmente não.
- Então não embaça. Me ajuda a pensar num perfume que ninguém usa.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Para-doxo

Passam por mim, rápidos, todos. Correm como se estivessem ansiosos para chegar em um lugar qualquer, vindo de ninguém sabe onde. Passam por mim.
Não tive uma boa explicação para o momento e foram-se, impacientes.
Eu paro, sento, penso. Não me acompanham, esbarram em mim, todos.
Se sinto também vontade de correr atrás de qualquer coisa, do que foi, do que virá ainda, levam-me.
Dois passos para trás e cá estou eu, a esperar uma outra coisa, do que foi, do que virá ainda, talvez.
Fiz, já, quase qualquer coisa e ainda falta-me tudo. Como se espera fosse vã, o caminho vão. Como se, na verdade, devêssemos correr, todos, para mais.
Fujo.
De certa forma, estou eu correndo também em minha espera. Distanciando-me do que me leva, ficando...
De certa forma, estou seguindo quando fico, pois essa corrida de que fujo priva-me dos vícios do que sempre fiz. Evolui-me.
Sento. Para que meu passo a frente seja diferente de todos os outros, corro no sentido contrario dos que querem me levar.
Se empurro-os, ficamos parados, todos.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Domingo, Novembro 26, 2006
Às vezes a gente exagera.

Na comida, na bebida...
No sexo.
Na reação, no silêncio.
Na força.
Na roupa, no trabalho.
No sono...
No horário.
No volante, no telefone, nos e-mails da vida!
Nas histórias,
no cartão.
No ciúme, na inveja, na solidão.
Com os pais, com os amigos, com o namorado.
Com medo e com coragem.
Na vida, na morte...
Aumenta muito...
Para ver, se aí, a gente enxerga os detalhes!

Ahuuumm

É a busca pela paz que dói.
Coloquei um shorts, um tênis, uma regata. Vou até a yoga, sento lá e espero passar.
Dou uma volta na cidade a noite. Rodo, espero passar.
Uma inquietude injustificada, um medo de não saber se sei o que sei. O medo de me permitir estar em dúvida, até não estar mais.
Sozinha, sem consolo.
Vou sentar lá, ajeitar as costas e respirar. Que é o que dizem que faz entender, tudo!

Muita gente, muita coisa. Pensamentos vrum, vrum.
Meu olho começou a arder, levantei e fui embora.

6h-nasce o sol

Hoje eu vi o sol nascer. Depois de infernizar todo mundo ... Talvez não todo mundo, talvez só meu mundo.
Bom ainda ter o que falar, que as vezes eu acho que temo mesmo a falta de assunto. Ou a ausência de quem conversar.
Converso-lhes. Que na ausência de tudo, inegavelmente estão presentes.
Estou rindo do inoportuno. Que tentava segurar o que? Manter o que? A mania? O costume?
Deixa ir esse seu óbvio cansado, exausto. Deixa morrer.
Live and let die, they say...
Viver só o que eu gosto que viva. Fazer da minha vida uma coleção de coisas que eu fiz viver por que quis.
É apenas o nascer do sol em seu ciclo básico das coisas. É apenas o que é.
Seis horas da manhã. Devia ir correr no parque, devia simplesmente sair correndo e só parar no desmaio. E quando abrir os olhos, simplesmente querer estar.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Média dos dois

Pedi um pão de queijo e uma cerveja.
Será que é média, perguntei-me. Dei a partida no carro e respondi que não.
Estou parada, fui eu quem parou. Era certo, ele sabia.
Mais certo é que se é média, não dura. Ele sabe, ele teme.
Ando pondo a culpa da minha pausa no mundo. O mundo não parou... Girando, mantém-me sã. Indigno-me de minha sanidade, não sabia o que era. Conheço-a, orgulho-me, enlouqueço por fim.
Um breve começo do que no passado chamamos de nada mais. Misturamos tudo nuns dias mais atribulados e o que nos sobrou foi um monte de assunto. Não conversamos sobre isso.
Esperávamos calor... Calamos no frio, foi o que houve.
Mas não é tarde, nunca é. Sempre é tudo certo, por que é só o que podia ser.
Minhas velhas frases usadas não perdem o sentido nunca. Sinto ainda meu coração fervendo na descoberta de um mundo novo a cada piscar.
A cada olhar que não trocamos. Não dói, só queima.
E a minha insatisfação já quase me basta.
Talvez um dia alcance a média, afinal.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Influenza

Estava frio, mas ela acordou suando em bicas às quatro da manhã. A cama estava encharcada, seu corpo inteiro doía sem posição para tentar pegar no sono de novo.
Levantou-se com dificuldade, tomou dois copos de água na cozinha e tentou dormir de novo.
Às cinco da manhã levantou-se, foi ao banheiro. Suas costas a estavam matando, travadas, sem jeito. Deitou-se mais uma vez.
Eram seis da manhã quando ela finalmente teve a idéia de tomar alguma coisa. Qualquer coisa que encontrasse na gaveta de remédios. Talvez toda a gaveta de remédios. A primeira cartela que pegou foi de Tylenol para febre, dores de cabeça e corpo. Era D'us assistindo seu sofrimento, sentindo pena.
Ela tinha uma reunião com um chinês às nove e meia. Tinha que dormir, tinha que parar de doer, tinha que secar...
Deitou-se na cama, cobriu-se encolhida.
Pensou sobre como era estar bem, sempre teve a mania de pensar como era estar bem quando estava mal. Tirou o moleton que vestia, suava em bicas.
Sentiu seu corpo pesando sobre a cama, as costas relaxando por um instante. Tylenol 750mg, abençoado.
Lembrou-se de quando ficava mal sem sentir dor, sem suar, sem tremer... Tanta besteira.
Percebeu o dia clareando na janela. Entregou-se ao sono chapado de paracetamol.
Pensou "quanta besteira", logo antes de pensar sobre o chinês das nove e meia. E dormiu.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

EU!!!

O gosto da minha vida está escorrendo pela minha garganta, queimando, gostoso nesse frio. Gostoso no calor também...
Um golinho de esperança que, na verdade, as pessoas não me percebam, mas que eu não passe em branco.
Umas músicas que eu não sei cantar para ver se eu consigo escrever, tomar e ouvir ao mesmo tempo. Consigo.
Serenidade... É. Que o inevitável não o há que se fazer. Tem um errado que está bem, mesmo assim. Que meu sorrisinho vale mais que meu nariz grande, que meus olhos tortos, que todas as coisas que só eu vejo e mais ninguém.
Que estar em paz é ser a paz. E só.
Rá! Minha vida... Minha vidinha que me deram para eu cuidar. Eu só vivo, eu não cuido. Eu não espero, eu vou atrás. Eu me estrepo, acabo-me... Um sorrisinho que vale mais! Sou eu! Sou eu!!!
E é bom saber que eu estou aqui. Por que eu odeio ficar sozinha.
Peace be with you all!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Este momento ou Boa noite parte II

Eu gosto quando você vem aqui. Sinto sua falta quando você não está.
É estranho, eu sinto a sua presença, eu ouço seu olhar.
Eu gosto de você vir me ver. Não vejo nada de mal.
É uma conexão inexplicável, é sempre tarde da noite. É sempre uma tarde no dia. Já é sempre tarde logo pela manhã.
Eu ainda venho aqui por você, como nunca antes vim por mais ninguém. Sim, antes eu fugia, escondia-me... Com você eu quero me mostrar, dizer que é isso mesmo.
Você é o maior desafio que eu já fiz para mim mesma. Todos os dias, em todas as circunstâncias.
Você é cada detalhe de minhas vitórias. Uma síntese da lição que queriam me dar. Ainda que outros tivessem mesmo sabido o que dizer, o que fazer, não seriam nada, eu teria fugido, ainda assim.
Não, você não sabe o que fazer, o que dizer, mas é o que eu sinto. Você, é o que eu sinto. Uma conexão inexplicável, lágrimas de prazer.
Eu gosto quando você está aqui, eu sinto você por dentro. Pelo seu dentro, por dentro de mim.
Eu amo esse sorriso. Um sorriso que me faz sorrir.
É uma presença que me faz sorrir, uma ausência que está sempre aqui.
E eu escrevo, sem ter muito o que falar, mas querendo falar qualquer coisa por este momento que você me dedica.
Este momento.
Hoje, nunca vai sumir.

domingo, 4 de maio de 2008

Num pulo

Eram quase duas, alguma coisa bateu na janela, ela acordou num pulo.
Olhou no relógio, levantou-se.
Olhou pela janela, não havia nada, apenas a chuva.
Foi até a cozinha tomar um copo d'água.
Quis ter sono, mas estava alerta.
Sentou-se na cama.
Cantarolou uma música que lhe veio à cabeça. Assustou-se com o barulho de sua voz na casa vazia. Calou-se.
Olhou o livro na cabeceira, não pensou em lê-lo. Deitou-se.
Começou a cantarolar a mesma música de novo. Pôs as mãos na cabeça depois no peito, o coração estava acelerado.
Olhou no relógio, eram quase três. Onde teria estado entre um pensamento e outro?
 
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