terça-feira, 25 de novembro de 2008

Meus vinte que vão passando...

De 22.09.08

Somem-me palavras e gestos...
Lotado o mundo de desatenção, de passar por tudo como se fosse coisa de sorte ou azar. Ir passando...
Sinto-me à deriva de alguma força que sempre me leva por um caminho sabidamente desconhecido. E fazem-me crer que tudo é para todos e eu não quero sentir.
Mas eu sinto tudo, como se tudo fosse meu e houvesse existido na vida para erguer-me ou despedaçar-me. Que parece tanto e pouco ao mesmo tempo.
Ando-me pelos dias que seguem alucinando com algo de muito nobre que está por vir. E sempre há tudo. E enche-me e falta-me.
Rodeiam-me as incertezas desde o que houve até o que haverá e vivo buscando um espaço nesse tempo que me caiba em ser hoje. E nunca há nada. E eu sigo esperando.
Se parece que contradigo-me, digo um terceiro algo e coloco todas as razões de haver em um patamar outro, que antes não havia. E fico bem. Crio o que for me servir para ter razões e soar meu tom.
E simplesmente paro, por que parece-me que não há mais o que possa fazer.
Eu espero e vou... E uma terceira coisa também. E fico bem.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...


Álvaro de Campos

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