sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Onde já se viu?

Olá!
Desculpe, parece que já nos vimos antes. Mas eu não sei nada sobre você.
O que andou fazendo? O que andou falando? Enquanto eu falava e fazia besteiras...
Você vem da onde? Em que momento, exatamente, decidiu parar aqui? Ficar, não ir.
Cresce em mim uma vontade louca de viajar pela profundeza dos seus pensamentos. Pelo interior da sua alma. Quero entender, de verdade, da onde vem tudo isso que você sente.
Estou lhe admirando. Muito prazer!
É como se nunca tivesse lhe notado, mas conhecesse você há anos. Sinto-me em casa, apesar da estranheza que isso tudo me causa.
Conte-me, por que lugares você andou? Não, não conte, eu sei, não me importa. Conte-me por que lugares você vai andar agora. Que planos seguem esses seus planos?
Gostei de você, sabe. Não por nada, ou talvez por tudo, que é o que eu sempre digo. Vou gostar de saber de você. Muito obrigada.
Mas olho você aí nesse espelho e penso que já nos vimos antes e eu não sei nada sobre você. Como pode ser?
Como será?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Supoem-se, talvez

Avistei no céu as luzes de uma festa.
O que pensam?
Comemoram... Planejam, talvez.

Avistei a fumaça no ar.
Que pensei?
Soube? Talvez...

Fechei os olhos.
Que avistei?
Tudo, pensei.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Friday

Sexta-feira, fry day.
Vão detetizar meu local de trabalho, o expediente acaba mais cedo.
Quem vê pensa mesmo que eu tenho um local de trabalho ou ainda um expediente. Não, none.

Semana que vem as coisas devem mudar. Para melhor ou para pior.
Façam figas os que puderem!

By the way, hoje é sexta, bye day. Tchau, tchau.
Fim de semana feliz, pleeease!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Meu momento

Tenho tudo, mas não tenho nada
Tenho o contrato, o papel, minha mente
Mas não tenho fato nem nada para o tato

Ouço a voz, as histórias e as promessas
Ouvem todos meu soluçar escondido
Procuro no mapa um tesouro que, há muito perdido,
Dizem que vou achar numa noite dessas

Quero continuar, que é o que se nota
Mas já é com tamanha dor que mal atuo
A saudade me esmaga por que já descuido
E minha fé é o que, por fim, me esgota

Começo a andar a passos lentos
Atrás do que foi, não do que será
Estou tentando encontrar no vento
O cheiro do conforto que eu senti por lá

Vou desfalecer sem querer lutar mais
Abrir os olhos para olhar o que ficou para trás
Tenho medo de morrer só? Não comento...
Mas o que quero só, é aproveitar o momento

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

*Sim, eu estou ociosa, ansiosa, odiosa e etc...*

Da janela do meu quarto da para ver muitas coisas...

De mim, para mim mesma

Vim aqui com os olhos ardendo e com o nariz escorrendo por que precisava dizer alguma coisa. Precisava conversar, nem que fosse comigo mesma.
Preciso contar as coisas que eu tenho pensado. Preciso contar o que tem acontecido, os meus planos, minhas dúvidas, meus medos, meus abismos...
Nem que seja para mim mesma.
Preciso dizer sobre o que eu me tornei, sobre o que eu aprendi do que eu era, sobre a vida toda se desenrolando na minha frente.
Preciso falar dos meus amores, os do passado, os do presente, os do futuro. Preciso falar qualquer coisa.
Estou precisando conversar longas horas com alguém que tenha opinião sobre qualquer coisa, uma opinião fraca, uma opinião sem nexo, que seja.
Preciso de um abraço que me diga que eu estou indo bem, que entenda por onde eu estou indo, que me segure firme quando eu começar a soluçar.
Preciso de alguma coisa, nem que venha de mim mesma.
Preciso de um beijo molhado que me faça suar, que me faça esquecer, que me faça pensar....
Preciso de companhia para as minhas loucuras e de um braço que apoie minha mente sã.
Com os olhos molhados e o nariz escorrendo, preciso de você, se você existir, para me ajudar a levantar. E de um lenço se você tiver e puder me emprestar...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Dia comum

Sim, são dias comuns.
Que é o que desejei todo o tempo. E que temo a toda hora.
Dias comuns.
A calma pura e o drink sem gás.
Minhas músicas voltaram a cantar o que cantavam.
Meus pensamentos estão, aos poucos, entendendo qualquer coisa dessas...
São nesses dias comuns, que tudo fica um pouco são demais. Que a loucura toma uma forma...
O cheiro do meu cheiro no ar. Que me dá vontade de dormir.
Quero que fiquem, os dias comuns, nos dias comuns. E nunca mais me deixem só.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Bé de bola

Agora é o meio do dia. Não meio-dia, não. O meio do procedimento todo de se estar vivendo um dia. Com coisas feitas e coisas por fazer.
Eu parei no meio do dia, exausta, para respirar um segundo.
Que o final de semana não deve ter me dado muito ar. Que o ar do final de semana não encheu minha bola.
Humn...
Estou parada para olhar a garrafa d'agua cheia de água. É sempre bom quando você não precisa ir muito longe para matar a sede.
Estou parada olhando a agenda fechada. Cheia de coisas gritando lá dentro "eeeeu, primeiro eeeeu". Eu, aqui fora... Oi?
Quero fazer mais um monte de outras coisas que não estão anotadas. Preciso de uma agenda em que caibam "necessidades pessoais". Um dia com duas folhas.
Preciso de um corpo que não se canse...
Passei pelos lugares do passado hoje. Lembranças bonitinhas fazendo roda na minha cabeça. Pausa para olhar. É tudo diferente... Mas tudo bem, por que eu parei só um segundo e foi só para respirar.
Está me faltando ar. Preciso de ajuda para encher minha bola. Shit!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Meu trabalho.

A minha vida...
A psicóloga (mais uma abandonada no tempo) disse que eu tenho que me preocupar com o meu trabalho e foda-se o resto.
Por mim tudo bem. Trabalho, trabalho.
E depois? À noite? De manhã?
De fato, meu corpo descansa.
Minha alma, incansável porém, está buscando uma brecha na história toda para se esgueirar.
Essa alma... Tem me dado trabalho há anos! Sempre perguntando por que do porque...
Eu estou com todas as respostas em mente. Sei exatamente o por que de tudo isso, sei exatamente o que é tudo isso e o que eu estou fazendo aqui, parada, esperando. Não. Esperando, não. Estou só parada. Vendo, assistindo.
Estou dando um descanso para minha alma, por mais que ela não entenda muito bem o que é isso. Estou parada e com planos. Muitos planos.
É aquela cena do mundo rodando em volta de você enquanto você pensa.
Eu finjo que estou falando, todo mundo finge que escuta e, por fim, nos despedimos para mais uma semana.
Trabalhar... Que é com o que eu devo me preocupar.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mentira

Por que está mentindo?
Se não tem coragem de dizer o que pensa, se não tem coragem de contar o que faz, por que faz? Por que pensa?
Pense em princípios, se você se envergonha do que é, por que não muda seu ser?
Não é tarde para arrependimento, não. E não haverá ninguém que lhe julgue por mudar de idéia que tenha cabeça menos fraca do que tem você agora.
Suas mentiras são só suas...
Para mim elas são de verdade, por que não ocupo minha mente com suposições, não gasto minha alma com ilusão.
Por que você está mentindo, afinal? E se tudo, depois de tudo, for mentira como foi no começo? Doerá só em você... De quem são essas mentiras?
A dor cresce, você verá, quando descobrir que as mentiras que disse, são poucas perto das mentiras que você fez criar.

[Tive uns sonhos loucos essa noite... Qualquer semelhança com a realidade é mero azar]

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Querido diário

Deitei aqui com a minha doença e comecei a teclar os mesmo botões de sempre para me consolar.
Meu amigo, companheiro de todas as horas, Mack, o notebook.
Estou entupida, com dores pelo corpo, uma moleza geral... E tomei chuva nas costas para melhorar, com 2 resprins.
A chuva/sol/chuva/sol não está ajudando a melhorar minha imunidade que já nasceu debilitada. A minha alimentação façaoqueeudigoenãooqueeufaço baseada em toffes e sanduíches, também não ajuda em quase nada.
A minha saúde e eu fazendo quase nada por ela. Pobrezinha...

E hoje eu fingi que sabia cozinhar. Errei a ordem da receita e os legumes ficaram crus. Não sei limpar a carne que estava cheirosa mas exigia muita mastigação para, por fim, engolir o teco inteiro.
Tudo bem...
Pelo menos matei a vontade de cozinhar, vontade essa que perdurou por incríveis 3 dias!!!
Deitei na minha cama, com a minha doença e meu querido diário... Quem precisa de mais?
Meu blablabla solitário... Que eu insisto em amar!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Eu entendo

Abriu-se a válvula. Deixe escapar por ela toda a sua criatividade.
Vou encorajar-lhe a ser apreciado. Quero lhe dar o sossego de pensar em um assunto por vez.
Tenda a mim com a sua dramaticidade sulfúrica. Vou bajular-lhe e mimar-lhe não pelo que é e sim pelo que sou quando está aqui.
Guia-se por todos os teatros do mundo, que eu quero seu entretenimento, suas emoções movidas a arte.
Ajuda a todos que é por isso que é popular. Que ninguém lhe abandona.
Excita-me sua dominação e por isso, dá-me prazer criar o cenário dos seus sonhos. Quero sussurrar na sua orelha entre suspiros todas as frases que aceleram seu coração.
Critica-me e insulta-me, meu olhar baixo é para aproximar meus ouvidos da sua boca. Fala mais!
Conheço seus princípios fortes, sei de seus valores.
Segue sua ambição, cria o que vai delegar, passa para quem for...
Sem comportamentos ambíguos, sem segredos, sem familiaridades impróprias, sem lhe ignorar e nem blasfemar.

Eu lhe entendo... Só não sei explicar.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

"Adeus. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste com tua rosa que faz tua rosa tão importante. Os homens esquecem essa verdade. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa..."

Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Minhas borboletas

Eu me apaixono por borboletas. Por cada uma delas, pela graça de terem sido verme, pelo milagre de serem, afinal, graciosas.
Eu me apaixono por borboletas. Todas elas têm, em suas asas, o desenho mais maravilhoso do mundo. Cada uma dessas borboletas já foi, um dia, a melhor coisa que eu vi.
Mas, outro dia, em uma pedra, avistei uma borboletinha que fez meu coração parar. Suas asas miudinhas, sua cor, seu movimento, as anteninhas... Era tudo perfeito, eu não conseguia parar de olhar. Era como se ela tivesse sido a primeira e tivesse ensinado a todas as outras a graça de ser o que eram.
Peguei como sempre minha rede, sem maldade, sem pesar, ia levar para casa, como sempre, mais um borboleta que fez eu me apaixonar.
Ela enroscou-se, voou, e foi quando eu notei, suas asinhas tão pequenas, eram menores que os buracos de minha rede. Quando ela se soltou, pousou em meu ombro como se zombasse de mim por tentar.
Voltei para casa com a borboletinha me rodeando. Voava e pousava em meu ombro, voava e parecia que não ia voltar.
A borboletinha mais graciosa que eu já vi não pode ser presa em rede alguma.
Foi comigo até a porta, pousou na varanda e ficou lá.
Enche-me os olhos de lágrimas quando ela voa, enche-me os olhos de lágrimas quando ela volta. A única borboletinha que eu não posso prender, vem aqui e parece que é a única que vai ficar.
 
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