quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Nada pra fazer... Mesmo!

ai.

passa, cada um dos minutos, vagarosamente pela ciclo que é... nosso relógio.

eu sinto vontade de sentar, de levantar, de rir, de chorar... e os minutos passam.
uma hora parece que eles passam rápidos demais, outra hora, magicamente param de passar.

esses minutos...

outro dia, eu sentei na fonte ali do parque e fiquei vendo a água cair sobre si mesma até o sol se pôr atrás dos prédios da cidade. foram cinco horas. e, por mais que alguns digam que eu perdi alguma coisa relacionada ao tempo, eu acho que ganhei.

certamente ganhei paz e umas horas de folga.


tic, tic, tic, tac

faltam cinco para tanto que eu nem sei quando vai dar
meio dia em meia hora, já não dá mais pra adiar
se eu falei ou fiquei quieta, já perdi e já passou
num momento outro dia, vou saber o que restou

tic, tic, tic, tac

cheguei cedo pro café, mas a máquina quebrou
só na hora do almoço ou costura o coador
tudo bem, mas tô com pressa, vou comprar ali na rua
se tá quente eu queimo a lingua, se não tá, eu sujo a blusa

tic, tic, tic, tac

meu almoço, eu vou comendo, pra viagem, por favor
não dá tempo de ir pra casa, ou carro, ou meu humor
sobremesa é sempre a mesma: o cliente não avisou
toma um bolo e, na dieta, o abacaxi que ele deixou

tic, tic, tic, tac

seis da tarde é happy hour, o pessoal ligou do bar
resolvi que vou pra casa, decidi não me estressar
mas a rua está sem luz desde tarde, eles disseram
boa hora, pra quem mora no último andar do predio

tic, tic, tic, tac

finalmente, a meia noite, eu deitei e quis dormir
mas é claro que o vizinho resolveu não permitir
uma festa de, sei lá, vinte seis? sessenta e dois!
eu só tenho 24 então posso dormir depois...

tic, tic, tic, tac, tac, tac...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cinema!!!

Eu tinha um currículo de duas páginas que sempre me arranjava empregos quando eu queria. E então, de repente, meu currículo está simplesmente em branco por que eu mudei de idéia... Minha sina é viver mudando de idéia.
Daí eu procurei um milhão de cursos que eu pudesse fazer ao mesmo tempo e que fizessem ser o que eu quero ser, e que completassem as lacunas...
O ano que vem vai ser um bom ano, é o que eu prometo.
Eu tenho aqui guardada na cabeça, a cena do fatídico dia em que eu saí do meu curso (a coisa que eu mais gostei de me dedicar até hoje), entrei no carro e achei que estava feita. Não, eu não só estava mal vestida para a ocasião, como também joguei tudo pro alto, e mudei o nome do meu blog.
Estrela de cinema em treinamento. Eu tinha uma blusa que dizia isso, era uma blusa que me deixava poderosa. Não devia tê-la usado nesse dia...

SEXTA-FEIRA, NOVEMBRO 05, 2004

Da luz ao pó

Um dia eu resolvi, ia ser uma menina corajosa, ia levantar a cabeça e olhar nos olhos das pessoas.
E então, todas as terças, quintas e sextas, das sete e meia às dez e meia da noite eu ia para lá. Era quase traumático. Era uma adrenalina que dava vontade de chorar. Eu permanecia corada, a vergonha estava em mim o tempo todo e eu aprendi a me acostumar com ela. Hoje em dia, quando estou com vergonha, continuo. Foi o que eu aprendi.
E eu fiz um milhão de cenas. E recebi críticas que fariam qualquer um chorar. Algumas de felicidade e outras de decepção.
Porém, minha vida mudou completamente. Eu só pensava em mim, nas descobertas, em sair, não me dedicava mais às cenas, não entendia mais o que me diziam, nem os diretores nem meus amigos, nem minha família, nem ninguém. Não via mais nada, por isso não conseguiam me ver mais.
As lentes das câmeras ficaram grandes demais para a garota de olhar pequeno que eu me tornei. Eu tinha virado um detalhe incomodo na tela. Um daqueles microfones que aparecem sem querer. E eu tinha brochado. Eu me sentia o microfone. Não conseguia mais. E então eu abandonei. Menti para eles. Disse que precisava de um emprego. Nunca procurei de verdade. Só queria fugir da minha desgraça. Eu não era mais uma atriz. Eu era uma farsa.
E então eu decidi seguir minha vida, sem câmeras, sem diretores e sem luzes. Vou ficar pelos bastidores dela, onde não se brilha muito e também não recebemos críticas pesadas. Eu aprendi muito, sei que havia muito mais... Eu vou ficar aqui e ter minha "vida normal". Quem sabe...

Feliz dia do cinema para todos.

Com saudades,

Ex-estrela de cinema"

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Que tempo!??!

Desde que inventaram de contar o tempo o máximo que conseguimos é estar fora de hora. Adiantados e principalmente atrasados para alguma coisa. Para todas as coisas, o que é pior.
Desde que definiram o que cada um deveria fazer em cada um de seus supostos anos de vida, só nos acham imaturos.
Desde que souberam quantos anos eu tinha, só conseguiram me julgar, nova ou velha... Só julgaram. Compararam, mas não souberam.
Quando é que nosso tempo vai valer na contagem? Quando é que os meses vão bastar para os planos? E as noites vão bastar para o sono?
Quando é que vão contar o que pode ser feito, ao invés de só lamentar o que não poderá.
Quando o tempo nos trará realizações e não espera?
E então, será tarde?
Desde que inventaram de organizar, só conseguiram nos atrapalhar...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Pausa

Cinco minuto de pausa na minha pausa para eu vir contar.
1, 2, 3, 4... Não, brincadeira. Acho que já fiz essa piada, desculpa.
Por que hoje é Simchat Torá então eu não estou trabalhando. Não que não existam todos aquele pepinos de sempre, mas pausa.
E então eu estou borbulhando em plena pseudo-tpm por que eu quero pegar a minha vida toda e virar tudo para a esquerda. Sem pisar no freio. Ai.
E também por que eu estou satisfeita de estar assim. Não é aquele processo revoltado e fico eu, aqui boquiaberta.
Será possível que você pode impressionar-se-a-si-mesmo (sim!) tantas vezes, na seqüência, em um curtíssimo espaço de tempo (que na verdade parece milhões de anos)?
A resposta é sim, principalmente entre um impulso e outro. Pessoas, decisões, mais pessoas, situações adversas, terapias, livros, conselhos... Um impulso e outro.

fico pensando se há alguém que se irrita com a minha repetição de palavras desregulada

E eu andei falando coisas e não colocando à luz. Até que ponto isso é paranóico? Paranóico deve ser querer dizer tudo. Sh!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

*ofegante*

Bom, vamos falar de uma coisa que vale a pena, então.
Pensei em várias teorias enquanto estava presa do trânsito, ouvindo Madonna e abrindo e fechando as janelas no farol.
Pensei em inteiros. Mas não vou falar sobre a teoria dos inteiros por que não era uma teoria e sim uma filosofia de vida. Melhor não divulgar minhas filosofias de vida para não ser espancada na rua igual os atores homosexuais e violentos. (Ahn?!)
Pensei em períodos. As coisas que acontecem em vários períodos de nossa vida e as tantas pessoas que somos na soma de todos os momentos. E a beleza de saber que seremos alguma outra vida quando acabarmos com essa. Péééé. Voltando, nada a ver com a vida após a morte, nada a ver.
Pensei...
Tem um monte de coisas que eu pensei e não lembro mais. Por que eu estava exausta. Por que eu ainda tenho que fazer um monte de coisas e parece que minha semiconsciência viciada em não relaxar, não deixa esquecer.
Mas havia uma coisa e eu queria lembrar. Por que eu pensei "putz, boa, vou escrever sobre isso!" e foi por isso que eu começei com "vamos falar de alguma coisa que vale a pena...".

*respirada profunda*

Será que tinha alguma coisa a ver com inteiros? Certamente...

Shit! Escrever sobre esquecer não vale a pena... De novo!

24.09.08
meio bossa nova e rock'n roll...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

... o que você faria se só te restasse um dia?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Introdução

A intenção de tentar ser mais claro, mais óbvio. Romper as barreiras do que não se deve falar e do que não se deve fazer. Um rompante de adolescência em quem achou que já era simplesmente adulto.
O tom de revolta, auto-revolta, das lições erradas que se aprendem. Do que não vale nada se não houver um mínimo de atenção, um mínimo de reflexão e auto-análise. Não é só a golfada atordoada de alguma coisa asquerosa, mas pode ser também um broto com uma única folha que tenta enraizar no mundo todo, algo pequeno com potencial de virar um algo maior.
A unidade que é a vida, independentemente dependente de tudo que lhe cerca, e a consciência de quão solitário pode ser querer fazer ou ser alguma coisa. Quão único...
A solidão, sendo apenas um jeito de analisar a seqüência de fatos. Um jeito de contar uma trajetória, sem considerar o que o resto do mundo fazia para modificar o rumo das coisas.
Às vezes, é mesmo necessário sair um pouco de si para enxergar as coisas como elas são. Não tão importantes, é o que são e nada mais.
As explicações, as ações, as emoções, são todas também tão cheias de possibilidades que seria um erro dizer os errados. Ignorando algumas possibilidades, não podemos generalizar nem definir.
Nosso tesão é movido a células cerebrais oxidadas, mortas, enterradas, na busca incessante de algo que seja maravilhosamente odioso como sempre sonhamos.
Enganamos-nos. Dizemos que não queremos nada, que não precisamos de ninguém e, no fundo, dói-nos. E acabamos por nos encontrar com nadas e ninguéns levianos demais para o nosso pesar. Acabamos nos encontrando em algum lugar onde ninguém deveria nos julgar e julga, e fere-nos, mas sorrimos. Achamos que podemos ensinar nossa ignorância aos que nos cercam e, finalmente nos entendermos.
Pecamos, se houver pecados. Arrependemo-nos, se houver perdão. Há uma boa explicação para tudo que sentimos e só queremos que aceitem e acatem. Erramos...
Os sentimentos em tralhas empilhadas, e quando o mundo solicita uma reação, ficamos confusos na bagunça de sermos todo um estoque de emoções misturadas. Então, com o passar de todos os anos, etiquetamos tudo, parafusamos prateleiras e sabemos o que poderá ser usado e quando.
E há sempre um quê de solidão, que é o combustível, que é a luta toda.
E então há poesia, há música, há paixão... Há terror ou um leve toque de suspense. E tantas folhas e tantos galhos que o espaço todo se torna pequeno demais, e a vida toda, longa demais. E as pessoas, importantes demais... Esse é o erro, ou a única coisa certa que há, decidam cada um.
Importar-se ou deixar de se importar é um processo de constante destilação de nossa presença.
As noites em claro são noites ganhadas ou noite perdidas? Perder-se em pensamentos que nos tornam mais conscientes... E rir. Que existe graça em uma desgraça qualquer, e se há o seu ponto de vista, há um outro, e milhares de outros, e há tudo... Apenas rir.
Falar, escrever, explicar, argumentar. Permitir que a alma doa de não lhe caber. Pensar em fugir, sem nem saber aonde se encontra. Definir-se.
Tudo que um dia foi certo demais, hoje vai ser diferente. Tudo que pensamos em dizer e não dissemos, também está feito. Somos o que queremos, o que escrevemos, sobre ontem, hoje e até amanhã.
Contradizemo-nos dizendo a mesma coisa, esperando enquanto vamos. Terminando, mentindo, sonhando... Importando-se muito com o direito que temos de não estar nem aí.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

No oculista

- Pode encostar a testa e o queixo. Olhe na luz vermelha do centro. Pisque. Abra bem grande. Agora não "meixa" e não pisque, não "meixa" e não pisque. Pode piscar. O outro olho. Olhe na luz vermelha do centro. Pisque. Abra bem grande. Agora não "meixa" e não pisque, não "meixa" e não pisque. Pode piscar. (...) Você está bem? Está se sentindo bem?
- Sim. (...) Por que? Tem alguma coisa errada aí?
- Não, está tudo normal. São as perguntas normais.
- Humn...
Eu não devia estar no computador. Mas eu não vou falar sobre o que fazer, então isso é o menos importante.

Estou em algum tipo de intervalo entre estar em algum momento e estar em outro. Num espaço x de tempo em que nada acontece e tudo pode acontecer. No cruzamento de 360 caminhos. E eu girando em círculos...

Eu devia (?!) ter escrito um texto que prometi e não escrevi por que não tive nem tempo e nem idéias boas durante o tempo em que tinha tempo. Peço desculpas...

Há dias, olho as coisas como elas são. E bastam-me e faltam-me, em meu movimento comum de ser apenas o que sou. E tudo que não sou...
Nunca importa que irritem-se por não entenderem o significado obscuro de minhas contradições forçadas, de minhas dúvidas repetidas, dos meus momentos sem significados que eu insisto em dizer que são insignes.

Ligo mais uma vez, dentre as milhões de vezes, a ignição do carro. Dirijo em linha reta até que se faça uma curva e quando me encontro, estou bem aonde parti. E não estou bem, ou estou bem e, para mim, não faz diferença.

E em algum lugar desse caminho, há de haver uma rua que não seja curva, que não leve de volta ao começo, que não traga de volta o que eu deixei para trás. Que seja apenas o que eu quero.

Só isso...
 
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