quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

3/12/08

Eu fui dormir com um mal estar por que tinha comido pizza demais. E eu nem gosto muito de pizza...
Então, no meio da madrugada, quando eu acordei para me cobrir, PLIM, tudo mudou.




Tudo novo!



Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.


Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...

Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.

Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.

Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...

Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?

Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.

(...)

Álvaro de Campos (sempre)

3 comentários:

Unknown disse...

Vivemos uma vida louca e todos os dias estamos aprendendo com um olhar!
SAUDADES!!! quero poder VIVER e estar mesmo ausente .... para sempre sentindo sua energia... suas palavras me tocaram ....sua viagem foi única!!!! mas,... nossa amizade supera qualquer ausência... ADOROOOO...AMO.... as BISCOITASSS ( Thata e Carolssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
somr nãoooooo

Moacir Simples Assim ☭ disse...

É, né?

Até que rola uma química entre nós.

Prazer em (des)conhecê-la.

B-jim

PS me paga uma pizza?

Moacir Simples Assim ☭ disse...

Isto mais parece aquele filme "O ataque da pizza assassina!"

De minha parte, jamais mataria alguém por pagar pizza a quem tem fome, mas isso é porque eu sou de outro planeta.

B-sitos

 
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