terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cinema!!!

Eu tinha um currículo de duas páginas que sempre me arranjava empregos quando eu queria. E então, de repente, meu currículo está simplesmente em branco por que eu mudei de idéia... Minha sina é viver mudando de idéia.
Daí eu procurei um milhão de cursos que eu pudesse fazer ao mesmo tempo e que fizessem ser o que eu quero ser, e que completassem as lacunas...
O ano que vem vai ser um bom ano, é o que eu prometo.
Eu tenho aqui guardada na cabeça, a cena do fatídico dia em que eu saí do meu curso (a coisa que eu mais gostei de me dedicar até hoje), entrei no carro e achei que estava feita. Não, eu não só estava mal vestida para a ocasião, como também joguei tudo pro alto, e mudei o nome do meu blog.
Estrela de cinema em treinamento. Eu tinha uma blusa que dizia isso, era uma blusa que me deixava poderosa. Não devia tê-la usado nesse dia...

SEXTA-FEIRA, NOVEMBRO 05, 2004

Da luz ao pó

Um dia eu resolvi, ia ser uma menina corajosa, ia levantar a cabeça e olhar nos olhos das pessoas.
E então, todas as terças, quintas e sextas, das sete e meia às dez e meia da noite eu ia para lá. Era quase traumático. Era uma adrenalina que dava vontade de chorar. Eu permanecia corada, a vergonha estava em mim o tempo todo e eu aprendi a me acostumar com ela. Hoje em dia, quando estou com vergonha, continuo. Foi o que eu aprendi.
E eu fiz um milhão de cenas. E recebi críticas que fariam qualquer um chorar. Algumas de felicidade e outras de decepção.
Porém, minha vida mudou completamente. Eu só pensava em mim, nas descobertas, em sair, não me dedicava mais às cenas, não entendia mais o que me diziam, nem os diretores nem meus amigos, nem minha família, nem ninguém. Não via mais nada, por isso não conseguiam me ver mais.
As lentes das câmeras ficaram grandes demais para a garota de olhar pequeno que eu me tornei. Eu tinha virado um detalhe incomodo na tela. Um daqueles microfones que aparecem sem querer. E eu tinha brochado. Eu me sentia o microfone. Não conseguia mais. E então eu abandonei. Menti para eles. Disse que precisava de um emprego. Nunca procurei de verdade. Só queria fugir da minha desgraça. Eu não era mais uma atriz. Eu era uma farsa.
E então eu decidi seguir minha vida, sem câmeras, sem diretores e sem luzes. Vou ficar pelos bastidores dela, onde não se brilha muito e também não recebemos críticas pesadas. Eu aprendi muito, sei que havia muito mais... Eu vou ficar aqui e ter minha "vida normal". Quem sabe...

Feliz dia do cinema para todos.

Com saudades,

Ex-estrela de cinema"

Um comentário:

Moacir Moreira disse...

Tudo é vaidade, e vento que passa...

 
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