segunda-feira, 9 de março de 2009

Eramar...

Eu disse que era mar e disseram que talvez não fosse de matar a sede, então, sentei no meio fio e curti minha ressaca.
Afogaram meus sonhos, invadiram minhas ruas, levaram-me ao desmaio e o que eu descobri em um momento é que ser temido não passa nem perto de ser admirado. E isso tudo virou riso, mesmo que eu tenha entendido tudo ao contrário.
Definitivamente, existem males que vem para o bem.
Foram as pegadas no chão que mostraram que esse mar não dava pé. Foi a gota que faltava para criar um vazio, não é? E eu tapei meus olhos e simplesmente joguei-me com o queixo no peito. Coloquei uma pedra nessa minha ressaca e não era de gelo... E eu que sempre achava que tudo tinha jeito, dessa vez entendi tudo direito.
Definitivamente, existem males que vem para o bem.

Se a gota que faltava era tanto...
Eu desisto de ter para descobrir o que falta...
Se nossos erros servem para nos ensinar...
Definitivamente...
Eu disse que era mar...

*inspirado por uma canção que foi inspirada num texto meu...

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.


Ausência - Vinícius de Moraes

3 comentários:

Moacir Moreira disse...

Mar não presta pra matar a sede, segundo os especialistas em oceanos.

Ivna Alba disse...

Ehe,eh,ehe,he,he,he,he,eh,ehe,e, então, eu queria dizer que ainda não li esse aqui (o outro eu li), mas assim que tiver um tempinho eu volto aqui...
Obrigada pela passadinha lá, moça!!!! Seja sempre muito bem-vinda!!!
Beijãoooooooooooooo!!!!

Moacir Simples Assim ☭ disse...

Peculiar.

 
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