quinta-feira, 5 de março de 2009

amanhã, talvez

estou com os dedos cruzados, torcendo para que tirem- me desse martírio em que me coloquei há alguns anos atrás, sem saber... minha cabeça lateja, eu já devia ter fugido há muito tempo, quando as coisas começaram a ficar estranhas, é o que eu penso sem parar. o telefone toca, o desespero em ouvir o telefone tocar volta, reprimido depois de meses, a voz do outro lado é a mesma, o jeito de falar é o mesmo, o desespero, por fim, se justifica. penso no caminho que vem pela frente, em todo o drama que eu já passei e solicitam-me que eu passe de novo. recuso-me, torcendo para que tirem-me desse martírio. não venta, não chove. o sol, que parece ter esquecido que há horas já não é mais meio-dia, impede-me de pensar logicamente. vou fugir, é o que penso, já devia ter fugido. lembro que a resposta certa nunca esteve tão próxima de ser dada e acalmo-me, nada de ruim pode haver... tento alcançar alguma pessoa que eu reconheça, que reconheça-me e acalme-me sem saber que passo pelo meu martírio, esta pessoa não está disponível. desespero-me, depois penso que é só a vida normal que deve estar acontecendo e eu não fiquei sabendo, e só. respiro fundo, os dedos cruzados, amanhã a resposta certa poderá ser dada, torço.

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