segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Reações

Olhou para o lado, tudo continuava igual. Mas ela continuava igual?
Não, pensou, apesar de acreditar, com dor, na dificuldade que envolvem as mudanças.
É tudo uma questão de reação, rabiscou em um papel que estava jogado em cima da mesa. E a reação a gente escolhe, a gente muda e controla, e é fácil.
Sorriu ao vislumbrar a simplicidade de todas as coisas. Mas ela controlava suas reações?
E os hormônios, as sinapses, as coisas todas que não se controlam, que D'us controla, se existe; E essas coisas?
E a dor? Não há quem controle a dor.
Lembrou-se dos ensinamentos de um pai que conheceu uma vez. Não deixo meus filhos chorarem de dor, quero que eles aguentem, se quiserem chorar de emoção, tudo bem, mas de dor não, nunca se sabe pelo que terão que passar nessa vida.
Afinal, há como controlar a dor; Se você se entrega, dói mais. É, fato.
Mas e a emoção? A emoção, então, não se controla?
Lembrou dos homens. Tem homens que não choram, eles pensam que não é bom chorar de tristeza, eles xingam e vão embora. São os homens, eles são assim.
Há quem controle tudo, então, se quiser; O mundo todo...
Os outros ninguém controla, discordou. Sempre pensava na existência de um círculo de influência para cada pessoa. Existem pessoas que a gente acaba controlando, mas, no geral, não controlamos e fim.
É tudo uma questão de reação, leu no papel em cima da mesa. Uma luz se acendeu; Ela controla as outras pessoas, ela reage, ela responde. A reação dos outros depende intimamente de sua reação.
Tudo continuava igual, ela não, ela escolheu escolher suas reações.
Seu mundo mudou... E o mundo inteiro mudou também.

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Não é o mundo, é como você vê o mundo.

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