terça-feira, 1 de julho de 2008

Sem Nexo

As pessoas são assim. Um acúmulo de vícios absurdos. Ou inexplicados.
Complicados, certamente... As pessoas e seus interiores.
Se nós pudéssemos vasculhar nossos interiores e descobrir tudo, será que cansaríamos de ser? O que não nos cansa é essa busca incessante?
A vida inteira sem motivo, ou inventamos o que couber melhor. E é feita disso.
Uma coisa feita de tudo que já se é e de tudo que se quer ser, é o que somos. Uma amplitude que ultrapassa o universo.
E o tesão disso tudo é que a gente sente dentro deste corpo. Do espacinho ocupado de tudo menos isso, por que a gente já explicou essa parte. Alguém explicou...
Somos o explicado e o inexplicado e nunca nos basta. Talvez às vezes canse, mas nunca definitivamente.

Podemos inventar qualquer novo todo, com todas as suas possibilidades e erros.
A vida é um jogo de azar, quase como poker. Aquelas cartas na sua mão, você podendo trocar uma, duas, três, quatro, nenhuma talvez. E todas as suas chances com todas as probabilidades que, se você parar para pensar, nem significam nada.

Para que serve saber as chances se, no fim das contas, tudo pode acontecer?

Um algo assim, um meio sem nexo.

Cometi todos os crimes,
Vivi dentro de todos os crimes
(Eu próprio fui, não um nem o outro no vicio,
Mas o próprio vício-pessoa praticado entre eles,
E dessas são as horas mais arco-de-triunfo da minha vida).


Passagem das Horas. Álvaro de Campos


Nexo

{verbete}
Datação
1635-1688 cf. FQBasto

Acepções
■ substantivo masculino
1 junção entre duas ou mais coisas; ligação, vínculo, união
2 ligação entre situações, acontecimentos ou idéias; coerência

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