quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Minhas borboletas

Eu me apaixono por borboletas. Por cada uma delas, pela graça de terem sido verme, pelo milagre de serem, afinal, graciosas.
Eu me apaixono por borboletas. Todas elas têm, em suas asas, o desenho mais maravilhoso do mundo. Cada uma dessas borboletas já foi, um dia, a melhor coisa que eu vi.
Mas, outro dia, em uma pedra, avistei uma borboletinha que fez meu coração parar. Suas asas miudinhas, sua cor, seu movimento, as anteninhas... Era tudo perfeito, eu não conseguia parar de olhar. Era como se ela tivesse sido a primeira e tivesse ensinado a todas as outras a graça de ser o que eram.
Peguei como sempre minha rede, sem maldade, sem pesar, ia levar para casa, como sempre, mais um borboleta que fez eu me apaixonar.
Ela enroscou-se, voou, e foi quando eu notei, suas asinhas tão pequenas, eram menores que os buracos de minha rede. Quando ela se soltou, pousou em meu ombro como se zombasse de mim por tentar.
Voltei para casa com a borboletinha me rodeando. Voava e pousava em meu ombro, voava e parecia que não ia voltar.
A borboletinha mais graciosa que eu já vi não pode ser presa em rede alguma.
Foi comigo até a porta, pousou na varanda e ficou lá.
Enche-me os olhos de lágrimas quando ela voa, enche-me os olhos de lágrimas quando ela volta. A única borboletinha que eu não posso prender, vem aqui e parece que é a única que vai ficar.

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