quinta-feira, 22 de maio de 2008

Para-doxo

Passam por mim, rápidos, todos. Correm como se estivessem ansiosos para chegar em um lugar qualquer, vindo de ninguém sabe onde. Passam por mim.
Não tive uma boa explicação para o momento e foram-se, impacientes.
Eu paro, sento, penso. Não me acompanham, esbarram em mim, todos.
Se sinto também vontade de correr atrás de qualquer coisa, do que foi, do que virá ainda, levam-me.
Dois passos para trás e cá estou eu, a esperar uma outra coisa, do que foi, do que virá ainda, talvez.
Fiz, já, quase qualquer coisa e ainda falta-me tudo. Como se espera fosse vã, o caminho vão. Como se, na verdade, devêssemos correr, todos, para mais.
Fujo.
De certa forma, estou eu correndo também em minha espera. Distanciando-me do que me leva, ficando...
De certa forma, estou seguindo quando fico, pois essa corrida de que fujo priva-me dos vícios do que sempre fiz. Evolui-me.
Sento. Para que meu passo a frente seja diferente de todos os outros, corro no sentido contrario dos que querem me levar.
Se empurro-os, ficamos parados, todos.

Um comentário:

Anônimo disse...

só li agora, e não da pra não comentar.
é muito bom, uma tristeza bela,
que é cheia de tudo e plena de nada.

vc é F......

 
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