sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Perfume novo

...desceu as escadas sentindo as lágrimas querendo saltar, disse não, impediu-as com esforço e com pensamento fixo de que não resolveria nada, sabia que o certo era apenas continuar, andando em frente, sem aquilo, não sabia como sabia, mas estava lá, era exato como uma conta poderia ser, como uma nota ou uma moeda, sentou-se no carro, a questão que houve respondeu-se sem sentido e foi o que fez, deixou-se apenas a sentir o que é que estivesse sentindo, olhando para frente, sentindo o vento da janela aberta do carro, pensando na dor de olhar algumas coisas que agora surgia, pensou em todas as possibilidades que haveriam em enfrentar e não confiar naquela dor que, afinal, um pouco antes não havia, as coisas deveriam ser só as mesmas coisas apesar de tudo, e tudo que antes poderia ter pensado não mais justificava, parecia realmente obsoleto demais e dava-lhe uma leve sede de qualquer coisa, lamentou um instante por não haver água no carro, lembrou quando nunca deixava faltar água no carro e perguntou-se "o que será que mudou?", agora, diabos, sentia sede, pensou em frases completas com pontos, vírgulas e acentuações, percebeu quanta coisa distinta, no melhor sentido que pode haver em ser distinto, nascia de si. Comprou um perfume diferente, pediu "alguma coisa diferente" e então levou aquele.


23/01/2009!

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