quarta-feira, 23 de abril de 2008

Inferno

Então é disso que o inferno está cheio?
Deve ser, deve ser... É o que dizem!
Passei a noite acumulando pesadelos, sonhando que estava com frio.
São as boas intenções, são elas. Que são ruins até que se prove o contrário, é claro.
Claro? Não, nada é muito claro, afinal.
Lembro-me do meu risinho ainda. Sinto sua falta, risinho, de lembrar de quando uma boa intenção era só uma boa intenção. Não existia medo, não existia nada... Era um acidente engraçadinho, um momento que foi tão minúsculo que não conseguiu ser lembrado.
Um erro, é o que foi. Mas eu não sabia, eu dei risada.
Agora eu me sinto procurada. Uma acusação que me envergonha. Ninguém vai entender o meu risinho, ninguém viu.
O inferno está cheio, eu não vou para lá, não gosto de multidões.
Quem está julgando sou eu, quem está condenando sou eu. Vou fugir! Só D'us sabe de quem...

Mas meu horóscopo disse que ia ficar tudo bem. Ufa!

A gente guarda tanto lixo em casa
A gente guarda e amontoa raiva
A gente guarda amor e ele se estraga
A gente guarda palavras caladas

A gente guarda

A gente guarda o choro na garganta
A gente guarda tudo em segredos
A gente guarda sonhos no papel
A gente guarda saudades e medos

A gente guarda
E já não há espaço pra tanta tralha

A gente guarda sempre carinho nas mãos
A gente guarda fôlego no peito
A gente guarda sorriso entre dentes
A gente guarda e perde muito tempo


A gente guarda
E já não há espaço pra tanta tralha


Tralhas (Marco Vilane/ Alex Sant' Anna)

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