quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sem fala

Silenciei-me.
Parei por uma lágrima que pensou em correr e não correu.
Segurei o ar que lotava meus pulmões por mais um instante. Nenhum barulho.
Abafei todas as pulsações que meu corpo gritava em um abraço ao redor das pernas, encolhida.
Esperavam todos ansiosos a minha próxima fala, esperavam um grito, mas eu apenas calei.
Errei meu último texto, minha última chance. Não soube o que dizer quando a platéia começou a se inquietar. E na espera de um grito, quando encarei-os nos olhos, a única coisa que pude fazer foi estar lá, paralisada.
Pareceu certo, parecia proposital. Re-inventei a arte do não saber o que falar.
Saí, esperando que as palmas finalizassem o que eu não sabia finalizar.

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