quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Olhos de escuridão

É estranho como com a pupila dilatada a gente enxerga menos, mas dizem que a gente enxerga mais. A gente abre a visão para o todo e perde o detalhes, é o que é.
Eu gosto de enxergar os detalhes por que eles fazem toda a diferença. Eu gosto de ver o que parece que só eu vejo, por que as pessoas estão preocupadas demais procurando um todo, todo especial... Eu estou a procura de um detalhe que seja incomparável.
A vida é feita de pequenas coisas para as quais a gente dá muito valor. Uma palavra, uma frase, um olhar para o lado errado...
Com a pupila dilatada eu fico igual aos que desprezo, pessoas detestáveis que não conseguem apreciar os detalhes, estão procurando algum maldito ser que seja notável como um todo, sem detalhes.
Eu sou a garota dos detalhes.
Eu tinha olhos verdes, até me chamarem para ver o todo. Meus olhos se transformaram em escuridão desde então.
Um dia eles voltam e eu vou garimpando detalhes por onde eu passar...
Você é o próximo, aonde quer que você esteja, aonde quer que nós nos vejamos. Vou pegar todos os seus detalhes e fazer-lhe uma lista. Aí nós podemos ser amigos, aí nós podemos nos amar.
Gostar de alguém é o todo, amar é só um detalhe... Daqueles que fazem toda a diferença!


Pupila dilatada para quem nunca viu

Um comentário:

Anônimo disse...

Olhos, olhos, olhos . . .
Detalhes, detalhes , detalhes . . .
Queria ter fechado meus olhos,
Entre os olhares é que perdi a essência,
Temo a cegueira escondida em meus pontos de vista
Temo, de tão espalhado, não me ver no espelho,
Temo que minha sabedoria seja uma mentira teimosa,
Temo que essa tentativa de congelar dor se derreta no choro que prometi me negar,
Temo que minha alma não ultrapasse mais minhas camadas internas para se espreguiçar em meus pelos,
Temo que essa certeza de uma nova visão seja só um egoísmo desfocado,
Temo ainda que de tanto olhar sem selecionar bons sinais, perca minha nitidez,
Temo ter que enfrentar tudo que já matei . . .
O olhar é que deveria ser só um detalhe pois os contornos nunca serão traduções do que guardam dentro . . .
Tudo que vimos são contornos e limites . . .
Mas a chuva esta para a alegria assim como o desamor para o tom dos olhos ,
O que chove deles vem das nuvens que carregamos
E é por temer o que me tornei,
Por reler minhas certezas com cara de questões,
Por não ter nítido meus olhares e meus pontos de vista,
Que uma verdade pura me escapa de minhas paredes,
Que mesmo na aparência da escuridão sem cura,
Teus olhos continuam verdes . . .

Olhos, olhos, olhos
Detalhes, detalhes , detalhes . . .

 
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