terça-feira, 3 de junho de 2008

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Uma garrafa de água vazia, um copo vazio, um incenso apagado, um cinzeiro para quem não fuma, remédios para cabeça, para o corpo, para a alma, um isopor sem cerveja, um peso de porta em cima da mesa, uma pilha de trabalho não feito, e-mails não respondidos, compromissos não cumpridos, vontades não satisfeitas, chuva na janela, a janela lotada de outras janelas, o gorro dentro de casa, pêlo de gato por todo lado, o celular virado, a máquina fotográfica quebrada, a cama semi-arrumada, a luminária ligada, a cadeira mal usada, o pé calçado em cima da cama, a cabeça doendo...

Uma falta de forças, uma respiração profunda, umas lágrimas sem querer.

A pressa de que passe logo, que resolva logo, que acabe logo, que continue logo, que entenda logo, que explique logo, que esqueça logo, que logo chegue.

O relógio onze minutos adiantado há anos. Que me faz querer correr.

Que me faz querer correr?


Escrito em 01.Jun.2008

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