segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Miss Terious e Sir Vival - Bilhete

Ele chegou em casa e notou o envelope suspeito em cima da bancada da cozinha.

"Vival,
Sei como você se sente em relação a mim, sei que sou irritante às vezes, que não sei explicar as coisas que penso, as coisas que faço e muito menos as coisas que sinto. Gostaria de ter nascido com o dom de te fazer feliz, com a paciência de te fazer me entender. Não é tão simples...
Gostaria que você soubesse que eu quis estar do seu lado por toda a minha vida. Só não suporto mais esse clima de incompreensão em que vivemos.
Eu te amo, mas estou indo embora. Entenda como quiser, eu quero que você seja feliz!
Talvez eu me arrependa de tudo isso antes do dia acabar, mas eu acho que dessa vez, sem termos brigado, vai ser mais fácil.
Até um dia.
Terious."


Dobrou o papel e colocou-o novamente dentro do envelope. Deixou-o exatamente como havia encontrado.
Meia hora depois, Terious entrou apressada pela porta e encarou assustada Vival lendo o jornal no sofá.
- Oi.
- Oi.
- Faz tempo que você chegou?
- Não, menos de uma hora.
- Humn...
- E você? Foi aonde?
- Só dar uma volta, estava me sentindo meio sufocada.
- Sei, está meio abafado hoje, né?
- É...
Ela olhou o envelope fechado.
- E o bilhete?
- Que bilhete?
- Você não viu esse envelope?
Ele abaixou o jornal e olhou no fundo dos olhos dela.
- Não vi, trás pra mim?
Ela exitou um instante e depois rasgou o envelope em quatro pedaços, colocando-os no bolsa da calça. Ele voltou a ler o jornal.
- A gente vai perder as melhores notícias se rasgarmos os envelopes sem abrí-los.
- Deixa, esse eu já li, não era nada de bom.
- Humn...
- Estou feliz que você chegou cedo.
- Estou feliz que você está aqui.
Ela deu um beijo demorado em seu rosto ao ouvir isto. Ele repetiu:
- Estou mesmo feliz que você está aqui.

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