quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Tonteira

Que se parasse o mundo ainda a cabeça girava
Como se na zonzeira, não pudesse enxergar a frente
Mas nem enxergava um lado e nem o outro lado
E nem isso ao menos lhe importava.
Desembestavasse, rodando, pelas ruas da cidade
E então num tropeço que deu e parou
Uma ferida se fez e foi o que curou
A dor de não ter e nem querer o que faltou

...

Passou uma noite e um dia todo
E quando chegou a segunda noite e nada mais
A cabeça girava com a saudade de ter paz
Um a deus rezava para trazer ninguém. Jamais.
Pedia de pés juntos que fosse certo
Sem saber que certo era o erro de amar aquele rapaz

Foi quando por obra divina, num desassossego dos deuses
Seu passado dobrou a esquina e bateu palmas no seu portão
Ela rangeu os dentes sem saber o que diria
Levou as mãos a boca e pensou que não podia
E o rapaz calado e triste, entregou-lhe o coração

Um desatino do destino, foi o que ela pensou
Que de ser tonta acabava-se e esse mundo já acabou
E não bastava toda reza, toda prosa e a poesia
Só os céus é que sabiam o que aquela tonta queria
Levantou-se num rodopio e tornou a se enroscar
E hoje ela ainda roda achando que há rumo para se guiar
Pobre rapaz que botou fé sem saber aonde pisar
Arranjou-se uma tonteira para colocar a cabeça no lugar

01.07.2008


"trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua... mas que na forma se disfarce o emprego do esforço..." já dizia Olavo Bilac... rs...


*também não é dos meus preferidos, mas é o que é.

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