domingo, 9 de março de 2008

Não sou conduzido, conduzo.

Verdade, minha vida e minhas piadas.
Eu disse que não sabia contar nenhuma piada? Mentira!
Vou contar da minha vida...
Eu nasci em uma família igual as outras (diferente de todas) e brinquei de todas aquelas brincadeiras: com mangueira no calor, com arminhas, correndo, com bonecas, penteando, escondendo, encontrando, rindo, caindo, rindo e chorando.
Eu inventava histórias, para eu brincar sozinha, construía casas, prédios, cidades, pedágios e pessoas. Eu era a melhor pessoa do mundo por que o mundo era meu.
Eu morava em uma cidade com nome tupi-guarani, com 193 mil habitantes e andava descalça nas ruas, e descia a ladeira de bicicleta, e ia na igreja sozinha, e comprava pirulitos de chocolate na floricultura.
A cidade que eu moro hoje tem nome de santo, que faz os milagres que acontecem por aqui, tem 11 milhões de habitantes e, só no meu bairro,120 mil. Aqui a gente conhece tanta gente que não consegue decorar os nomes, aqui a gente perde tanta gente que nem sente mais dor...
Eu cresci para ser mais uma das menininhas dessa cidade e decidi que não queria ser. Eu cresci para ter a minha vida pacata, mas quem disse que eu consigo aceitar?
Eu queria rir como eu ria antes, quando eu era a única que brincava no quintal. Mas agora estou enjoada dessa história de chorar e saber que eu só mais uma nesses milhões.
Eu sei contar... Não disse que tinha graça.

Um comentário:

Fábio Félix disse...

Se eu dissesse que você era mais uma em bilhões, em uma pequena aldeia redonda, você teria se divertido menos quando pequena, ou teria tido uma infância menos real?

No meio desta 'cidadezona', determinada no papel, há menos fronteiras do que nos mapas, e mais carinho do que você imagina.

Ela é só uma 'cidadona', cheia de cidadãos, cada um em sua própria cidadezinha.

Bem, este citadino adora esta sua capital virtual. ;)

 
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